O Senado dos Estados Unidos, mais uma vez, não conseguiu aprovar um projeto de lei republicano destinado a financiar o governo, o que teria posto fim ao chamado “shutdown” (paralisação). O novo ano fiscal nos EUA teve início sem que o Congresso chegasse a um acordo sobre o orçamento governamental, resultando na suspensão das operações federais. Embora os republicanos controlem ambas as casas do Congresso, eles necessitam de 60 votos no Senado para aprovar o projeto de lei de financiamento contínuo, e atualmente contam com 53 assentos. Na votação, os republicanos novamente não alcançaram os cinco votos adicionais necessários, com 45 senadores votando contra a proposta.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, havia declarado anteriormente que poderia aproveitar o período de paralisação do governo para realizar cortes massivos de pessoal e pagamentos. Segundo ele, a dificuldade em aprovar o orçamento foi causada pela postura dos democratas, e a Casa Branca estaria utilizando a situação atual para eliminar programas que não são do agrado dos republicanos. O Congresso informou que as Forças Armadas dos EUA continuarão em serviço integral, e os funcionários federais da área de segurança pública também serão obrigados a trabalhar, embora sem receber seus salários por enquanto.
Durante seu segundo mandato, Trump já havia enfrentado a ameaça de um shutdown, mas conseguiu evitá-lo na ocasião. Ele apontou questões como a fronteira (que os democratas supostamente desejam manter aberta), os gastos com assistência médica para imigrantes ilegais e a pauta LGBT* (referindo-se à “propaganda de mudança de gênero”) como os principais entraves para a aprovação do orçamento do ano fiscal em curso.
O primeiro mandato de Trump foi marcado pela mais longa paralisação governamental da história do país, que durou 35 dias e terminou em janeiro de 2019. Naquela época, 420 mil pessoas trabalharam sem remuneração antecipada, e 380 mil foram colocadas em licença sem pagamento. Durante esse período, departamentos inteiros ficaram inoperantes, e o processamento de documentos sofreu atrasos. A escassez de funcionários nos serviços de transporte gerou atrasos generalizados. Parques acumulavam lixo, e museus estatais permaneceram fechados. Os democratas aproveitaram esse período para fazer campanha, distribuindo cestas básicas a funcionários sem salário. O próprio Trump, ao receber atletas campeões na Casa Branca, serviu-lhes hambúrgueres do “McDonald’s”, pois havia dispensado o chef.
Com informações de Ria Novasti