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Principais pontos do discurso de Lula na Assembleia da ONU

Lula fez duras críticas ao genocídio em Gaza e a sanções dos EUA

© Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, abordando tanto questões internas do Brasil quanto temas internacionais cruciais. O discurso, com duração de aproximadamente 18 minutos, destacou os seguintes pontos:

Crítica a Sanções e Defesa da Democracia

Lula criticou as “sanções arbitrárias e unilaterais” dos Estados Unidos, sem mencionar nominalmente o presidente Donald Trump, e alertou para o crescimento do autoritarismo global. Ele enfatizou que a autoridade da ONU está em xeque diante de uma desordem internacional marcada por políticas de poder, atentados à soberania e intervenções unilaterais.

Julgamento de Bolsonaro

O presidente ressaltou que, pela primeira vez em 525 anos de história brasileira, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados por tentativa de golpe. Lula afirmou que não há pacificação com impunidade e que a democracia e a soberania do Brasil são inegociáveis, defendendo que democracias sólidas exigem a redução de desigualdades e a garantia de direitos.

Migração e Pobreza

Lula mencionou a saída do Brasil do Mapa da Fome e defendeu que a pobreza e a desigualdade são inimigas da democracia. Ele também criticou a desigualdade de gênero e a culpabilização de migrantes pelos problemas mundiais, afirmando que a democracia falha quando mulheres são subvalorizadas ou vítimas de violência, e quando se fecham as portas para migrantes.

Big Techs

O presidente abordou o potencial e os perigos das grandes empresas de tecnologia (big techs). Ele destacou a recente aprovação no Brasil de uma legislação avançada para a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, visando combater a adultização nas redes sociais, e afirmou que a democracia também se manifesta na capacidade de proteger famílias e a infância.

Genocídio Palestino

Em um dos momentos mais contundentes, Lula criticou o que classificou como genocídio em Gaza, defendendo o reconhecimento da Palestina como Estado e alertando para o risco de desaparecimento do povo palestino. Ele condenou os atentados terroristas do Hamas como indefensáveis, mas afirmou que nada justifica o genocídio em Gaza, onde dezenas de milhares de inocentes estão sob escombros, e onde o direito internacional humanitário e a superioridade ética do Ocidente foram sepultados.

América Latina

Sobre a América Latina, Lula expressou preocupação com a crescente polarização e instabilidade na região. Ele defendeu o diálogo na Venezuela e o direito do Haiti a um futuro sem violência. O presidente também considerou inadmissível que Cuba seja listada como país patrocinador do terrorismo, e destacou que a forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é através da cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas.

Clima e COP 30

Lula enfatizou a necessidade de colocar o combate à mudança climática no centro das discussões da ONU. Ele propôs a criação de um conselho para monitorar ações climáticas globais e convocou os países a estabelecerem metas ambiciosas para a redução de gases de efeito estufa. O presidente declarou que “bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática” e que a COP30, a ser realizada em Belém, será a “COP da verdade”, um momento para os líderes mundiais demonstrarem seu compromisso com o planeta.

Mujica e Papa Francisco

Ao final de seu discurso, Lula homenageou o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e o Papa Francisco, que faleceram neste ano, como personalidades que encarnaram os melhores valores humanistas. Ele imaginou que, se vivos, eles usariam a tribuna para lembrar que “os únicos derrotados são os que cruzam os braços” e que é preciso coragem para agir e transformar o amanhã, superando “falsos profetas e oligarcas que exploram o medo e monetizam o ódio”.

Agência Brasil


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