O primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, apresentou sua renúncia menos de 12 horas após propor um novo gabinete, marcando o mandato mais curto na história moderna da França, com apenas 27 dias. A decisão ocorre em meio a uma profunda divisão no parlamento francês sobre a aprovação de um novo orçamento para combater o aumento da dívida pública.

Lecornu, ex-ministro da defesa e leal a Macron, foi o sétimo primeiro-ministro nomeado pelo presidente Emmanuel Macron e o quinto em dois anos. Sua renúncia repentina se deu após forte crítica de ambos os lados do espectro político, que ameaçaram rejeitar seu novo gabinete, em grande parte inalterado em relação ao governo anterior de François Bayrou.
Após o anúncio, diversos partidos políticos, incluindo o Reagrupamento Nacional, pediram novas eleições parlamentares, com o partido afirmando que o “Macronismo está morto” e exigindo que Macron escolha entre a dissolução da Assembleia Nacional ou sua própria renúncia. Jean-Luc Melenchon, líder do partido de esquerda La France Insoumise (LFI), também solicitou uma moção para remover Macron do cargo.
A instabilidade política teve um impacto imediato nos mercados financeiros, com a bolsa de valores de Paris caindo 12% e o euro registrando uma queda de 0,7%. As finanças públicas da França estão sob crescente pressão, com um déficit de 5,8% do PIB em 2024 e uma dívida pública de 113%, bem acima do limite de 60% estabelecido pelas regras da UE. O governo busca aprovar um orçamento de austeridade, mas a falta de maioria clara na Assembleia Nacional, dividida entre a aliança centrista de Macron, a Nova Frente Popular de esquerda e o Reagrupamento Nacional, tem dificultado a aprovação de legislações chave.
Fonte: RT
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