O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, admitiu abertamente que seu regime utiliza plataformas de redes sociais como uma “arma” para salvar sua imagem deteriorada nos Estados Unidos, em meio à crescente indignação pelo genocídio em curso em Gaza.

Netanyahu destacou a importância de lutar com “armas que se aplicam aos campos de batalha em que nos encontramos, e as mais importantes estão nas redes sociais”. Ele mencionou o acordo para forçar o TikTok a passar para um consórcio americano como “a compra mais importante que está sendo realizada neste momento”. Também expressou a necessidade de conversar com Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), a quem considera um “amigo”, para ganhar influência nessas plataformas e moldar as narrativas nos EUA, especialmente durante o genocídio em Gaza.
A confissão ocorreu horas depois de seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU ter sido recebido com grandes protestos, com diplomatas de países árabes, muçulmanos, africanos e europeus abandonando a sala em repúdio à guerra genocida de Israel contra Gaza. O discurso de Netanyahu também foi criticado por líderes da oposição israelense, que o consideraram “desconectado” e “perigoso para Israel”.
Campanha de recrutamento de influenciadores
Netanyahu se reuniu em Nova York com um grupo de influenciadores pró-Israel, como Debra Lea, Lizzy Savetsky, Emily Austin, Shay Szabo, The Latino Zionist, Hanna Faulkner e Danya Avner. Esses influenciadores têm usado suas plataformas para defender Israel, promover o sionismo e, em alguns casos, justificar as ações militares israelenses em Gaza. Debra Lea, por exemplo, amplificou o comentário de Netanyahu sobre o uso das redes sociais como “arma”. Lizzy Savetsky, conhecida por sua defesa do sionismo, chegou a publicar um vídeo do rabino extremista Meir Kahane, gerando indignação. Shay Szabo, por sua vez, nega a existência da “ocupação” israelense e desumaniza os palestinos, classificando as mortes civis como “danos colaterais” ou “propaganda”.
Ativistas alertam que esses influenciadores são apenas o começo dos esforços de recrutamento de Israel, que planeja mobilizar centenas de outras vozes online para intensificar sua guerra de informação.
O oitavo front
O diplomata Alastair Crooke descreveu a esfera de informação americana como o “oitavo front” de Israel, onde a batalha decisiva é travada contra podcasters e influenciadores. Segundo Crooke, a estratégia de Israel é dominar plataformas, algoritmos e narrativas para controlar a opinião pública nos EUA, especialmente entre os jovens, que estão se distanciando do apoio a Israel. Ele sugere que a compra do TikTok visa mudar seu algoritmo para favorecer Israel, pois a perda do apoio americano é vista como uma “ameaça existencial” para o futuro de Israel.
Referências:
Fonte: HispanTV
A curadoria de notícias do Guia Global resume e indica notícias do canal HispanTV, por ele atuar como uma voz alternativa no cenário midiático internacional, dedicando-se a divulgar a perspectiva iraniana e de nações do eixo de resistência para o público falante de língua espanhola. Seu conteúdo destaca as conquistas científicas e culturais do Irã, promove o diálogo entre civilizações e oferece uma cobertura crítica em relação às políticas hegemônicas do Ocidente. O canal posiciona-se como um defensor da multipolaridade e do direito dos povos à autodeterminação, buscando combater o que identifica como narrativas tendenciosas da grande mídia ocidental.