O Secretário de Estado americano Mike Pompeo acusou os países europeus de “se alinharem com os aiatolás” na disputa com o Irã.

O Reino Unido, França e a Alemanha anunciaram na quinta-feira que não apoiariam o pedido dos EUA de restabelecer as sanções da ONU contra o Irã, argumentando que a ação é incompatível com os esforços para apoiar o acordo nuclear com a República Islâmica.
“A fim de preservar o acordo, insistimos para que o Irã reverta todas as medidas inconsistentes com seus compromissos nucleares e volte ao cumprimento total sem demora”, disseram as três nações europeias em uma declaração conjunta.
Imediatamente, o Secretário de Estado americano Mike Pompeo acusou os países europeus de “se alinharem com os aiatolás” no âmbito da disputa com o Irã.
Os ministros das Relações Exteriores do E3, como é conhecido o grupo formado pela França, Alemanha e Reino Unido, expressaram que Washington deixou o acordo nuclear chamado Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) em 8 de maio de 2018 e, portanto, não tem o direito de exigir uma “reversão” das sanções da ONU sobre Teerã.
Por sua vez, a Rússia, que também rejeitou a medida, solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU “em conexão com os eventos de hoje”. A reunião aconteceria de forma virtual nesta sexta-feira, com a participação de todos os 15 membros do órgão.
Anteriormente, os EUA enviaram um pedido formal ao Conselho de Segurança da ONU para restabelecer as sanções contra o Irã, argumentando que Teerã violou o acordo nuclear de 2015 que Washington abandonou unilateralmente.
A este respeito, o Ministério das Relações Exteriores da nação persa, em carta dirigida aos membros do Conselho de Segurança, pediu-lhes que rejeitassem a medida de Washington, ressaltando que os Estados Unidos não têm o direito de exigir a reinstituição das sanções.